Você sabe o que é biomimética?

Projetos corporativos

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A humanidade está focada na natureza. Enquanto nos aproximamos de mais um marco temporal – a chegada do ano 2020 – nossos pensamentos e esforços estão a cada dia mais voltados à preservação ambiental e redução dos impactos na natureza. É pelo meio ambiente que vivemos e é nele que nos inspiramos. Mas vamos ao tema do dia: você sabe o que é biomimética?

Área da ciência dedicada ao estudo das estruturas biológicas e ao funcionamento da natureza, a biomimética vem sendo aplicada à diversos setores da economia como uma oportunidade de despertar novas formas para solucionar problemas e enfrentar desafios. Tanto que os artigos científicos do segmento cresceram cinco vezes desde o ano 2000. Quanto, por exemplo, uma colmeia de abelhas pode nos ensinar?

Citado pela primeira vez em 1997 pela escritora Janine Benyus, o termo vem ganhando destaque com mais vigor na última década. Há dez anos, a especialista ministrou uma palestra no TED que, com mais de 1,3 milhão de visualizações na web, conta por que devemos observar a natureza antes de buscarmos soluções para nossos negócios. Nessa apresentação, Janine apresenta ideias de como o meio ambiente ajudou a tornar as coisas impermeáveis e aerodinâmicas. Clique AQUI para assistir.

E a arquitetura?

Se a biomimética deixou de lado a cadeira da universidade para mergulhar no mundo corporativo e dos negócios, ela não passaria desapercebida pela arquitetura. Um dos exemplos mais interessantes da aplicação da biomimética no mercado arquitetônico está na refrigeração passivado complexo Eastgate, em Harare, no Zimbábue.

 

Com design que imita as casas de cupins africanos, o edifício é capaz de manter a temperatura constante mesmo mediante um clima extremo. Na natureza, os cupins criam pequenas aberturas ao longo das paredes de suas casas responsáveis por permitir a maior circulação do ar. Dessa forma, como tudo na natureza soa perfeito, o ar frio entra por baixo e o ar quente escapa por cima.

Para trazer essa percepção do mundo dos insetos para o mundo dos humanos, o arquiteto Mick Pearce pontilhou todo o revestimento de sua construção com buracos. Assim, o calor do dia é absorvido pela estrutura do edifício, fazendo com que o ambiente não fique superaquecido. Mas, ao anoitecer, esse mesmo calor garante que o espaço não fique tão frio. O resultado? Um ambiente climatizado sem a necessidade de investimento em tecnologia e gastos de energia elétrica.As condições para quem frequenta essa construção são de pleno conforto (clique AQUI para ver detalhes do edifício no portal do arquiteto responsável pelo projeto).

Mas é possível ir mais a fundo do que apenas nos prendermos a soluções de fato aplicáveis à construção. Em um mercado no qual a neuroarquitetura ganha força e representatividade e mediante um cenário onde o arquiteto precisa pensar fora da caixa para se destacar, a biomimética surge como uma ciência mais ampla capaz de revolucionar a área.

Em entrevista para o ArchDaily, a bióloga Alessandra Araújo, professora de biomimética da ArchitecturalAssociationAmazonVisitingSchool e do Master Ecological Design Thinking da Schumacher College, fala sobre como essa ciência amplia o debate sobre a resiliência no campo da arquitetura e do urbanismo.

Como exemplo, tendo como base parâmetros das florestas, ela questiona: “quão alto podemos construir sem sombrear uma grande área?Se sombrear, como compartilhar algum benefício com quem não receberá a luz do sol?”. Segundo a especialista, observar a floresta pode trazer muitas respostas para esses questionamentos. Para ela, comparar a floresta com os centros urbanos mostra que temos, na natureza, um ambienteextremamentecolaborativo – já que as árvores, raízes e fungos têm uma simbiose perfeita – enquanto nas cidades é exatamente o oposto.

Onde mais usamos esse conceito –Outros exemplos da aplicação da biomiméticapelos seres humanos em produtos e soluções:

  • Janelas que imitam teias de aranha para evitar a colisão de pássaros
  • Turbinas que simulam a aleta das baleias
  • Trem bala inspirado nas características dos pássaros para ser mais veloz
  • Velcros, que foram inspirados nas sementes de Bardana
  • Jatos com sistemas de propulsão guiados pelo movimento das águas-vivas

Clique AQUI para assistir à palestra de Janine Benyus com diversos exemplos de como a biomimética influencia produtos e sistemas desenvolvidos pelos seres humanos. E fique atento pois essa relação entre a natureza e a arquitetura será muito explorada pelo Espaço do Arquiteto ao longo do tempo.

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