O mercado corporativo vem, desde a revolução industrial, passando por mudanças conceituais que fortaleceram a representatividade e a importância do capital humano para as conquistas empresariais até que chegamos ao conceito do People First, em alta na atualidade.
Baseado na premissa de que os colaboradores devem ocupar o topo da cadeia corporativa, o People First (Pessoas Primeiro, na tradução direta para o português), sugere a valorização total do profissional e o reconhecimento de que o trabalho das equipes é que movimenta a empresa rumo aos objetivos previamente traçados.
Segundo publicação da GPTW, adotar esse conceito ajuda a empresa de diferentes formas, ampliando a capacidade de entender e atender às necessidades dos colaboradores, clientes e fornecedores; fidelizando o público-alvo; melhorando o desempenho dos times; fortalecendo a marca perante o mercado; aumentando o engajamento e aproximando os valores da empresa dos profissionais.
Na arquitetura corporativa, podemos dizer que a revolução surgiu justamente quando os arquitetos e designers de interiores adotaram o conceito do People First, mesmo que inconscientemente e sem a definição em um termo. Ou seja, quando reconheceram que os projetos devem ser sempre pensados nos ocupantes, nas pessoas que utilizarão o espaço no dia a dia, e não apenas nas métricas corporativas. Layouts pensados por pessoas e para pessoas.
Dessa forma, um projeto corporativo que abraça o conceito do People First é aquele que:
- Reconhece as diferentes necessidades das equipes internas, planejando ambientes capazes de atender a perfis diversos;
- Inclui tendências biofílicas por acreditar que o ser humano é parte da natureza e que esse contato com o que é natural faz bem para a saúde física e mental de todos;
- Acompanha as descobertas da neuroarquitetura, entendendo quais os impactos dos ambientes construídos nas emoções e sentimentos dos seres humanos para garantir um local agradável;
- Entende os desafios do ambiente, buscando soluções estratégicas, a exemplo da adoção de produtos acústicos para recuperar o conforto sonoro do local;
- Respeita as necessidades físicas dos trabalhadores, mantendo as estruturas ergonômicas para a qualidade de vida dos ocupantes;
- Reconhece que o ser humano deve se manter em movimento e cria ambientes que estimulem essa movimentação naturalmente;
- Garante um espaço adequado para que os colaboradores possam fazer suas refeições de forma prática, adequada e agradável;
- Consegue conciliar as demandas de diferentes gerações que atuam em conjunto;
- Estimula a interação social saudável para a construção de relações interpessoais confiáveis;
- Elimina o máximo possível as diferenças hierárquicas para garantir que todos os colaboradores sejam tratados igualmente, sendo que idealmente os líderes trabalham nas mesmas estações de trabalho que os times;
- Atende à cultura inclusiva, garantindo ambientes acolhedores e respeitosos para todos os cidadãos, independentemente de suas origens, crenças, orientações sexuais, gênero e idade.
A adoção do People First nos projetos corporativos é uma mudança cultural que vai sendo incorporada aos poucos, visto que tem início na alteração conceitual dos projetos feitos pelos profissionais de design ou arquitetura e chega ao entendimento e aceitação das diretorias corporativas. O ganho no tempo investido em um projeto com conceito People First fica evidente quando o espaço fica pronto e as pessoas respondem com motivação e engajamento, trabalhando de maneira saudável e feliz.