Neuroarquitetura e biofilia estarão em alta nos ambientes corporativos no pós-pandemia

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Muito verde e espaços diversificados compõe as ideias corporativas no pós-pandemia

Você sabia que toda calamidade histórica também trouxe mudanças significativas para a população? Com a COVID-19 não será diferente. O nosso dia a dia já está totalmente alterado e, se pensarmos no âmbito profissional, muitas dessas transformações vieram para ficar. Estudos mostram que a pandemia do novo coronavírus deverá focar sua atenção para a neuroarquitetura e para a biofilia, propostas que visam melhorar a qualidade de vida e o bem-estar – o que não é pouca coisa diante do que estamos vivendo e precisando.

O termo neuroarquitetura refere-se ao estudo da neurociência aplicada à arquitetura, que busca inserir bem-estar no ambiente agradando todos os sentidos humanos; e a biofilia busca conectar as pessoas com a natureza. Quando aproveitadas nos ambientes de trabalho, elas ainda estimulam a produtividade dos funcionários, aprimoram o foco e a concentração, além de tornar os espaços mais confortáveis. Se utilizadas com a importância que têm, estas aplicações geram experiências agradáveis, estimulam emoções saudáveis e trazem recompensas para os usuários desses ambientes, potencializando o valor da própria empresa.

Para explicar como estas mudanças podem impactar as nossas vidas, o ArchDaily publicou uma pesquisa apontando que a maioria das pessoas passa 90% do tempo em ambientes fechados. Isso significa que grande parte das nossas memórias e momentos marcantes está ligada a um ambiente construído. É preciso levar em consideração o impacto que este espaço pode causar nas nossas emoções e no quanto afeta a nossa saúde. Para elucidar melhor, o relatório informa que a pandemia deterá nossa atenção na circulação de ar interno destes ambientes e em sua filtragem. Isso porque ficamos quase 100% do nosso tempo em ambientes fechados, a exposição a qual estamos expostos é muito pouco analisada.

Talvez você nunca tenha parado de fato para pensar sobre como a exposição ao ar, seja interno ou externo, pode nos afetar. Um estudo publicado ano passado pela Nature mostra como a poluição atmosférica está diretamente ligada a um notável declínio das performances cognitivas, podendo contribuir com doenças respiratórias e cardiovasculares. Estamos acostumados a ver nas manchetes dos jornais, notícias sobre a poluição do ar externo, mas a poluição do ar interno é quatro ou cinco vezes maior, de acordo com a US Environmental Protection Agency.

Mas para (quase) tudo tem solução e, nesse caso, arquitetos e designers podem contribuir. Análise de dados do German Institute of Global and Area Studies mostra que trabalhar em um escritório com elevado nível de filtragem do ar pode aumentar a expectativa de vida do funcionário. Enquanto isso, estudo da Harvard School Health aponta que o aumento da circulação do ar interno desenvolve as capacidades cognitivas em aproximadamente 61%.

Esses dados revelam que discutir sobre a qualidade do ar interno pode impulsionar estratégias de solução que influenciará na escolha de materiais e mobiliários utilizados dentro dos espaços de trabalho. Na parte de materiais, inclusive, não podemos fugir da discussão sobre estofados, carpetes e cortinas, visto que com a tecnologia aplicada às confecções, hoje em dia podemos contar com tecidos apropriados para a melhor manutenção da higiene. Aliás, podemos até mesmo dizer que é um certo mito a afirmação de que o ar em ambientes com carpetes tem mais poeira e sujeira. Obviamente que esses materiais precisam receber a higienização adequada e periódica, porém os carpetes, por exemplo, podem até mesmo absorver partículas que estavam suspensas no ar, deixando-o mais puro.

Outra inovação é pensar em espaços com janelas bem posicionadas que possam ser abertas, garantindo a reciclagem do ar e tornando mais sutil as separações entre interior e exterior, permitindo melhorias ambientais significativas. Ao criar ambientes de trabalho a partir de composições com elementos naturais, ou seja, incorporando conceitos biofílicos, podemos desenvolver experiências emocionais positivas com impacto direto nas relações interpessoais e na produção.

Análises científicas levantam dados claros sobre os benefícios na saúde física, mas também psicológica, de se estar em espaços projetados com vegetação. Quando a neuroarquitetura é vista com essa percepção de estratégia para melhorar a saúde mental, ela ganha ainda mais relevância. Principalmente agora, que estamos todos mais abalados emocionalmente por conta da pandemia de COVID-19 e os ambientes de trabalho assumem o dever de cuidar também da cabeça dos seus colaboradores.

Uma pesquisa da Universidade de Exeter (EU) mostra que funcionários em contato com a natureza são 15% mais produtivos e motivados do que os que trabalham em um ambiente estéril. Matéria publicada pela The Global Impact of Biophilic Design in the Workplace mostrou um aumento de 15% em criatividade nas pessoas que trabalham em ambientes com plantas naturais. O texto ainda apontou que em uma sala com um número suficiente de plantas, a quantidade de colônias de bactérias é reduzida em 60%; as dores de cabeça diminuem em 24% e irritação dos olhos em 52%. Olha que incrível quando o arquiteto detém esse conhecimento e pode repassá-lo em seus projetos corporativos, pensando em alternativas que contribuem não só com o corpo são, mas com a mente sã!

Muitos outros estudos vêm sendo desenvolvidos sobre o assunto, dentre eles um do Harvard’s Centre for Health and the Global Environment demonstrou que o usuário de um prédio com alto desempenho em sustentabilidade tem funções cognitivas elevadas, menos sintomas de doenças e uma melhor qualidade de vida.

Todos esses dados revelam que investir em neuroarquitetura e biofilia tem muito sentido no contexto pós pandemia, pois não só contribuirá visualmente para o ambiente, mas também gerará mudanças positivas na percepção do espaço de trabalho e na saúde dos funcionários.

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