Recentemente comentamos sobre as mudanças que estão sendo concretizadas nos ambientes de saúde, buscando maior humanização da assistência (confira o post AQUI). Mas essas mudanças pelo visto não estão restritas a consultórios, clínicas e hospitais. A busca pela humanização chega a todos os serviços, inclusive nas escolas!
Você ficou sabendo que estamos vivenciando uma reformulação do Ensino Médio no país? A proposta é renovar a grade curricular de todas as escolas, sejam públicas, sejam privadas, promovendo um sistema de ensino que atue de forma mais próxima dos alunos, atendendo de fato às suas necessidades e fugindo de um modelo generalista. Uma das palavras-chave dessa metodologia é: flexibilidade.
Como ofertar um serviço flexível em um ambiente rígido? É impossível!
Dessa forma, as estruturas físicas das escolas também precisão ser renovadas. Na visão de Lisandra Mascotto, da RS Design, aquelas carteiras uma atrás da outra que tínhamos até agora podem até continuar existindo, mas será preciso criar espaços mais interativos, colaborativos e estimulantes. “Esse será o caminho adotado pelas escolas visionárias. Outro ponto é que as novas gerações valorizam muito a sustentabilidade e o projeto escolar deve levar isso em consideração. É importante que o profissional de arquitetura já esteja preparado para esse boom de mudanças nessa área”, declara.
Segundo o Ministério da Educação, o novo Ensino Médio vai fortalecer o protagonismo juvenil e vai permitir que os alunos escolham as matérias que farão parte de seu itinerário formativo, conjunto de disciplinas, projetos, oficinas e núcleos de estudo que permitirão que o aluno se aprofunde nos conhecimentos de uma área específica.
Toda essa nova postura que está sendo adotada no ambiente escolar precisa de uma boa base física para ser implementada. Um ambiente bem projetado pode engajar o aluno. Além das preocupações comuns a todo projeto, como uma boa iluminação, conforto térmico e acústico, é preciso olhar para esse layout de forma integrada à nova metodologia.
Se o foco está em estimular o protagonismo, por exemplo, ambientes colaborativos e que estimulem a interação podem ser muito bem aceitos na hora de fazer com que os alunos troquem ideias e se movimentem em torno de um objetivo comum. Ou seja, talvez seja a hora de deixar de lado as carteiras individuais e apostar em bancadas coletivas.
Assim como nos espaços corporativos, cada aluno tem suas particularidades. Alguns precisam de mais silêncio, outros de mais interação e não se incomodam com o barulho. Respeitar essas diferenças também contribui para a formação e o desempenho. Portanto, ter espaços diferentes para que eles escolham onde querem se posicionar na hora dos estudos e outras atividades individuais pode ser uma boa pedida. Não que haja necessidade de ter salas totalmente fechadas e exclusivas – como muitas vezes temos nos escritórios – mas Áreas de Silêncio, locais onde é proibido fazer barulho (como era nas antigas bibliotecas), podem ser muito úteis.
Por fim, um estudante só conseguirá de fato aprender se ele gostar do ambiente em que está. “As escolas devem acolher, estimular e garantir que as individualidades sejam respeitadas”, finaliza Lisandra.
