No primeiro semestre deste ano, a Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu um alerta para pessoas que não praticam exercícios físicos, visto que o sedentarismo aumenta os riscos de doenças do coração, bem como de desenvolver diabete tipo 2, alguns tipos de câncer e transtornos mentais.
Infelizmente, segundo a OMS, quase um terço dos adultos (31,3%) não se movimenta o suficiente durante o dia. A principal preocupação é que esses índices de sedentarismo estão aumentando e esse percentual já é cerca de cinco pontos maior do que o observado em 2010. Se seguirmos nessa toada, em 2030 teremos aproximadamente 35% das pessoas acima de 18 anos em risco, e o objetivo, então, é seguir o caminho contrário, reduzindo esse indicador.
As diretrizes mundiais recomendam de 150 a 300 minutos de atividade de moderada a vigorosa por semana para todos os adultos, porém nem somente da prática exclusiva da atividade física – quando a pessoa se dedica à academia ou a alguma modalidade esportiva – está ligada à saúde.
O que os pesquisadores sugerem é que um corpo ativo também depende da movimentação natural do dia a dia, ou seja, aquela que fazemos ao caminhar até o trabalho, ao agachar para recolher os brinquedos das crianças do meio da sala ou ao circular pelo escritório. O pensamento é que qualquer movimento conta e todo estímulo é benéfico para combater o sedentarismo!
Pensando nisso, é nítido que a estrutura corporativa e o layout dos espaços de trabalho têm o dever de estimular essa movimentação, contribuindo de forma significativa para esse movimento tão importante para a manutenção da saúde dos trabalhadores. A temática é tão relevante que a RS Design tem, em seu showroom, um espaço totalmente dedicado a ela.
“O próprio mobiliário corporativo já está sendo desenvolvido com esse conceito, trazendo mesas com elevação de altura, work balls, cadeiras com pedal e outras alternativas”, comenta Lisandra Mascotto, da RS Design, sobre algumas das estratégias que têm sido comercializadas pela companhia.
A mesa com regulagem de altura, por exemplo, é excelente para estimular o movimento mesmo durante atividades que não podem ser interrompidas. Um trabalhador que está participando de uma reunião virtual, pode evitar permanecer sentado por mais de uma hora. No meio da reunião, sem precisar se desconectar, ele pode afastar a cadeira, elevar a altura da mesa, e seguir na apresentação em pé. Até mesmo alguns smartwatches fazem esse alerta sobre a necessidade de se levantar periodicamente.
Seguindo esse mesmo preceito, as cadeiras com pedal permitem que a pessoa pedale enquanto está no computador. “É o movimento ganhando força e abrindo novas possibilidades no ambiente de trabalho”, complementa Lisandra.
Outra forma de estimular o movimento no escritório é criar espaços diversos para que as pessoas circulem e mudem de ambiente. Com locais apropriados para atividades colaborativas, outros dedicados ao silêncio e à concentração, salas de reuniões e até mesmo espaços de descontração e interação, o trabalhador se sente incentivado a ocupar esses locais, saindo do marasmo durante a jornada de trabalho.
Mudar a altura e o perfil dos assentos também é positivo. Uma cadeira ergonômica atrelada a uma estação de trabalho é essencial, mas distribuir sofás, pufes, arquibancadas, bancadas altas e espaços para sentar até mesmo no chão ajudam nesse movimento do dia a dia. Se o foco está em se movimentar, trocar a posição de uma cadeira padrão para um sofá aconchegante durante alguns minutos de trabalho também se mostra importante para o bem-estar e a saúde.
“Preparar um espaço que incentive o movimento é aliar projeto e mobiliário com esse conceito”, comenta Lisandra. Segundo ela, é possível pensar no projeto para promover a mobilidade das pessoas, incluindo mobiliário com rodízios e sofás modulares, por exemplo, que podem ser reconfigurados de diversas formas, rapidamente, conforme a necessidade. As empresas podem oferecer um menu de espaços diferentes e mostrar que todo esse mobiliário pode ser facilmente movimentado. “Essa flexibilidade é aliada principal ao movimento”, complementa a executiva.
O que Lisandra reforça é que com a evolução do mercado, hoje existem diversas opções e alternativas para estimular o movimento do trabalhador. “Foi-se o tempo em que ele só era produtivo se chegasse ao trabalho, sentasse em sua estação e de lá saísse somente na hora de ir embora. Quanto mais espaços diferentes, mais locais eles gostarão de estar e, assim, se mexerão durante o dia”, finaliza.