Se você está acompanhando a movimentação corporativa nos últimos meses já deve ter visto matérias falando sobre o quiet quitting (ou demissão silenciosa, em uma versão traduzida para o português). Esse fenômeno, que começou a ganhar muita repercussão com os jovens usuários do TikTok, está atrelado a um empenho dos trabalhadores em evitar o burnout em decorrência do trabalho excessivo, fazendo exatamente aquilo que foram contratados para fazer. Nem mais, nem menos.
Mas, por que estamos trazendo esse assunto para o Espaço do Arquiteto? Acontece que, hoje, com as descobertas da neuroarquitetura, sabemos como o espaço físico impacta a saúde física e emocional das pessoas. E se o ambiente tem esse poder, também pode ser fator decisivo nessa nova questão do quiet quitting, principalmente quando há uma alta rotatividade de profissionais buscando espaços mais saudáveis para trabalhar.
![Papel da arquitetura na geração do quiet quitting 1](https://www.rsdesign.com.br/wp-content/uploads/2022/10/papel-da-arquitetura-na-geracao-do-quiet-quitting-2.jpg)
Escritórios que atraem os colaboradores são aqueles que se transformam em um lugar de bem-estar promotor de trocas. “O foco está em fazer as pessoas que frequentam o espaço, ganharem conhecimento e experiências”, comenta Lisandra Mascotto, da RS Design.
Esse pensamento está totalmente alinhado com a ideia de que o ambiente de trabalho não deve ser um centro onde todos chegam, sentam, desempenham suas atividades de forma ininterrupta, e depois voltam cansados para casa. Hoje, o escritório é diferente. É um local de interação social. E para que essa interação seja possível, primeiramente ela precisa ter um ambiente adequado para acontecer e, em segundo lugar, os participantes precisam ter tempo livre.
![Papel da arquitetura na geração do quiet quitting 2](https://www.rsdesign.com.br/wp-content/uploads/2022/10/papel-da-arquitetura-na-geracao-do-quiet-quitting-3.jpg)
Para as empresas que adotam o modelo híbrido – onde as pessoas trabalham parte da semana no escritório e outra parte em home office – essas observações são ainda mais relevantes, já que o tempo disponível para interação é reduzido. “Nesse modelo de trabalho os escritórios passam a ser grandes hubs de encontros. Para isso, precisam ser altamente atrativos e estimulantes para encantar os talentos da empresa. Além, claro, de serem muito funcionais, preparados e flexíveis para as atividades que precisam ser realizadas”, complementa Lisandra.
O ensinamento que fica é que para a geração adepta do quiet quitting, o escritório precisa ser sedutor, ou seja, as pessoas precisam querer estar lá. E isso passa, claro, pela estrutura física e pela cultura organizacional.