O papel do arquiteto no pós-terremoto

Carreiras
JCH_3962_mx

Cena dos últimos terremotos ocorridos no México. Crédito: Reprodução Portal Presidência da República do México

Abalos sísmicos não são tão comuns no Brasil. Mesmo com alguns casos marcando a história do país, a nação encontra-se afastada das bordas das placas tectônicas do hemisfério sul.
Estando localizada no interior de uma placa, está naturalmente longe das principais fontes causadoras de terremotos. Já países como o México, que sofreu com três tremores consecutivos em meados de setembro, não têm essa sorte e acabam tendo de enfrentar situações bastante perturbadoras quando a natureza se manifesta desta forma. Somente nesta última ocasião, foram centenas de mortos e dezenas de prédios no chão. E é na hora que o terremoto se despede, que começa um árduo trabalho em conjunto. Bombeiros, policiais civis e militares, exército, engenheiros, arquitetos e voluntários de diversas áreas se mobilizam tanto na busca por sobreviventes quanto para iniciar um trabalho de reconstrução das cidades. Uma das primeiras ações iniciadas por profissionais de engenharia e arquitetura está diretamente ligada à análise dos edifícios para averiguar o quanto eles foram danificados. Percorrendo prédio a prédio, eles vão fazendo suas vistorias para liberar ou não os locais para que sejam reocupados pelas famílias.
Mas em países que sofrem com os desastres naturais, sejam eles terremotos, furacões ou tsunamis, a atuação do arquiteto vai muito além do pós-desastre. O profissional desempenha um papel indispensável para a construção de cidades que possam suportar esses acontecimentos gerando o menor caos e a menor destruição possível, como comenta a

arquiteta Fernanda Pitol: “bairros planejados não são a solução, mas ajudam a reduzir o número de carros que circulam pelas ruas nas pequenas tarefas do dia a dia. Além de ajudar na segurança do cidadão, contribuem nessas ocasiões”. Por não ser a realidade do Brasil, os arquitetos formados aqui não têm tanta experiência na construção de edifícios resistentes a abalos sísmicos. Mas a internacionalização da arquitetura contribui para que os conhecimentos possam viajar entre as nações para que a classe permaneça cada vez mais unida rumo a uma arquitetura eficiente. “As construções brasileiras são bem consolidadas, mas diferentes das de outros países. Não consideramos abalos nos nossos cálculos estruturais, então é possível que muitas construções do país sofreriam sérias consequências”, alerta Fernanda quando questionada se o Brasil resistiria a um terremoto mais intenso.
Recém-formada e buscando diversificar sua área de atuação, Fernanda faz uma análise importante. “Nossas construções sempre foram marcadas por muito concreto. A internacionalização da arquitetura trouxe novos métodos de construção, como por exemplo o Drywall, que promete baratear e otimizar o tempo da obra. Porém, a resistência deste material sob qualquer fenômeno natural como enchentes ou abalos é muito baixa e, assim, perdemos
em qualidade”, enfatiza. Exemplo de parceria em prol da comunidade – Em setembro, após os abalos que destruíram o México, o Colégio de Arquitetos juntamente à SEDUVI – Secretaria de Desenvolvimento Urbano e Moradia coordenou os esforços e reuniu profissionais voluntários para avaliar os inúmeros imóveis que precisavam ser ou liberados ou condenados. Além disso, a equipe local do Google também ofereceu ajuda para um levantamento via geolocalização. Paralelamente a esta ação, a plataforma colaborativa Salva Tu Casa MX colocou arquitetos e engenheiros em contato direto com os cidadãos afetados pelo terremoto, centralizando as informações dos edifícios que foram atingidos para que o governo pudesse agir.

detalhes_projetoresistente-01

terremotos-01

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Whatsapp

Converse agora pelo Whatsapp

X
!

Problemas ao acessar o Whatsapp?

Se você teve algum problema com o redirecionamento, não se preocupe. Inicie o chat no Whatsapp agora mesmo clicando no botão abaixo!

(Caso tenha funcionado corretamente, favor ignorar esta mensagem).

Iniciar chat via Whatsapp

Continuar navegando