Você já ouviu falar sobre o modelo PERMA? Criado por Martin Seligman, psicólogo considerado o pai da psicologia positiva, esse é o acrônimo, em inglês, para cinco elementos da felicidade: emoção positiva, engajamento, relacionamento positivo, propósito e realização. O que Seligman diz é que esse é o caminho para a plenitude.
Pensando na vida corporativa, onde muitos de nós seguimos continuamente em busca de todos esses pilares mencionados no modelo PERMA, como a arquitetura pode auxiliar na promoção da felicidade?
Um ambiente de trabalho agradável, que atende às necessidades de seus ocupantes, onde há bem-estar e é possível se manter saudável, naturalmente contribuirá com todos os cinco elementos. Porém, no post de hoje, vamos focar um tópico específico: relacionamento positivo.
Renata Rivetti, administradora e especialista em estudo da felicidade, enfatizou, em uma palestra sobre o modelo PERMA, a importância das relações interpessoais para uma vida satisfatória. “Cada vez mais a nossa sociedade se desconectou das relações profundas, humanas, e se conectou por telas. A gente acorda pegando o celular em vez de abraçar quem está ao nosso lado. Mas a verdade é que seres humanos precisam de seres humanos, de abraço, de toque e de conexão profunda”.
Como já comentamos em posts anteriores, uma das grandes mazelas do home office foi o isolamento social. As pessoas, que viam seus colegas diariamente, passaram a trabalhar de forma solitária, visto que a conexão virtual não substitui, de forma alguma, o contato físico.
Com o retorno aos escritórios, os profissionais retomaram esses contatos e a arquitetura pode auxiliar de forma importante na construção de laços afetivos pela sociabilização. Confira, abaixo, três estratégias apropriadas:
Pontos de encontro
Uma empresa precisa de pontos de encontro, que podem ser formatados em espaços reservados para o café ou nas famosas salas de descompressão. É um mito imaginar que disponibilizar locais ideais para pausas vai impactar negativamente a produtividade. Em entrevista ao Valor Econômico, Daniel Spinelli, professor certificado da metodologia Search Inside Yourself, declarou que as pausas trazem descanso mental e um equilíbrio entre a vida e o trabalho. “As pausas fazem com que a pessoa saia do trabalho com a mente mais saudável e com energia para curtir sua família, seu esporte e outras atividades. Não pausar para ganhar produtividade pode ser um tiro no pé”, disse à publicação.
Bancadas compartilhadas
Quando você está trabalhando sozinho, muitas das dúvidas que surgem durante a atividade profissional acabam sendo deixadas de lado ou solucionadas através do Google (e, agora, da inteligência artificial). Mas nada disso substitui a expertise humana. Com isso, oferecer bancadas compartilhadas estimula as pessoas a trabalharem lado a lado e, com isso, há uma troca de conhecimento impossível de ser conquistada no trabalho remoto.
Espaços informais
Pode haver, dentro das empresas, aquela sensação de que conversar durante o expediente é errado. Portanto, criar pequenos locais mais informais pode ser uma boa estratégia para impulsionar a sociabilidade. Para isso, não é preciso renunciar a muitos metros quadrados. Esses locais podem ser feitos até mesmo ao lado das estações de trabalho. O importante é criar uma atmosfera mais amistosa e menos sóbria para que as pessoas se sintam à vontade para trocar ideias em um ambiente de bem-estar e que estimule a produtividade e a geração de insights sobre os negócios. Nesses locais, elas podem continuar trabalhando com seus notebooks e smartphones enquanto, de forma natural, tornam o convívio mais agradável.
Claro que o pontapé inicial para a promoção da sociabilização deve partir do alto escalão por meio da mudança de cultura para que os profissionais não sintam estar errados ao fazer pausas. Porém, um escritório que estimula as relações interpessoais, mas não oferece os ambientes ideais para isso, também não verá os benefícios dessas pausas como devem ser.
